Porque a vida merece ser "degustada"


Pousadas de Portugal...fascinantes refúgios - Parte 4

 

Depois de ter abordado a Zona Norte, a Zona Centro e a Zona de Lisboa, chegou a vez de falar sobre as Pousadas do nosso querido Alentejo.

E a primeira fica em Évora (fotos acima), no antigo convento e na também conhecida como a Cidade-museu, cujo centro histórico é, desde 86, considerado património mundial da humanidade.

Seguimos para a Pousada Castelo Alcácer do Sal (foto abaixo), situada no antigo castelo construído pelos Muçulmanos, o qual, em 1186, foi doado por D. Sancho I à Ordem de Santiago.No séc. XVI é adaptado ao funcionamento de convento de monges guerreiros e, mais tarde, de freiras de clausura, tendo estado activo até 1834. A Pousada está confortavelmente instalada numa colina com vista para as águas tranquilas do Rio Sado.

E o roteiro segue para a Pousada Mosteiro do Crato (foto abaixo), situada no Alto Alentejo em Flor da Rosa (Crato). A sua origem remonta à era da reconquista de Portugal aos mouros, e que mais tarde veio a ser casa de D.Álvaro Gonçalves Pereira, o pai de D.Nuno Alvares Pereira, o santo condestável. As bases do mosteiro, lançadas nos anos 50 de 1300, só vieram a ser concluídas 20 anos mais tarde.

Partimos de seguida para a famosa terra dos lindos tapetes de Arraiolos, e paramos na Pousada Convento de Arraiolos (foto abaixo). Esta foi um antigo convento da ordem religiosa de S. João Evangelista que se dedicava à assistência aos pobres e aos doentes em Arraiolos. A sua primeira pedra de construção foi em 14 de Agosto de 1527.

O trajeto segue para a Pousada Convento Vila Viçosa (foto abaixo), vila que viu nascer a grande mentora do chá das cinco em Inglaterra, D. Catarina de Bragança, Infanta de Portugal e Rainha Consorte de Inglaterra por casamento com o Rei. D. Carlos II de Inglaterra. A Pousada do Convento das Chagas de Cristo foi uma casa religiosa construída há mais de 500 anos para servir de Panteão às senhoras da Casa de Bragança, a segunda Casa nobre mais poderosa do país, logo a seguir à Casa Real. Inserida no Paço Ducal, o convento, a igreja e o palácio são testemunhas de uma época histórica riquíssima e, graças a D. João IV, o Restaurador, portadoras de uma beleza e riqueza difíceis de igualar. Para este convento de monjas clarissas foram reconduzidas muitas segundas filhas (ou filhas bastardas) das famílias nobres.

 

De seguida, a Pousada Castelo de Estremoz (foto abaixo) aguarda-nos. Recuamos mais de 700 anos e encontramos uma Residência de reis, local de reunião de cortes, palco de lutas sangrentas, lugar de lendas e milagres. O antigo Paço Real, envolve a estrutura da Torre de menagem original, toda feita em mármore branco da região, fazendo jus à cidade conhecida como Cidade Branca.

Seguimos para Alvito, mais precisamente para a Pousada Castelo de Alvito (foto abaixo). A pousada encontra-se instalada nas dependências do Castelo da vila, cuja atual conformação remonta ao final do século XV, construído durante os reinados de D. João II e D. Manuel I.

Quase a terminar, chegamos a Beja, à Pousada Convento de Beja (foto abaixo), antigo Convento de S. Francisco que remonta ao século XIII. A construção ter-se-á iniciado ainda no reinado de D. Afonso III, que, por morte ocorrida em 1279, veio a deixar um legado de cinquenta libras ao convento. Em 1302 foi a vez de outro rei, D. Dinis, apoiar o convento, mandando construir uma capela em honra de São Luís. 

E chegámos ao final do percurso pelo Alentejo. Finalizamos com a entrada na Vila Medieval de Marvão, nomeadamente na Pousada de Marvão (foto abaixo). Duas casas da aldeia de Marvão foram facilmente adaptadas ao conceito de Pousada de Charme, dando origem à acolhedora Pousada de Santa Maria.

E disse um dia Miguel Torga sobre Évora:

"...até hoje, em Portugal, só esta terra me deu a justa medida e a justa prova da séria e humana pegada que deixaram no seu caminho nossos pais. Para que surja vivo e sagrado aos olhos o que os meus antepassados fizeram, é preciso que essa lição seja não só testemunho mas destino. Ora nenhuma cidade nossa, salvo esta, foi capaz de me dizer com pureza e beleza que eu sou latino, que eu sou árabe, que eu sou cristão, que eu sou peninsular, que eu sou português – que eu sou esta mistura de sangue místico e pagão que fez de mim o homem desgraçado que sou.» [Miguel Torga, in Diário, II]

MARAVILHOSO PORTUGAL.