Porque a vida merece ser "degustada"


Partiu de Portugal e de Tomar com a mente em chamas

 

“Parti de Portugal e de Tomar com a mente em chamas”, disse um dia o ilustre escritor italiano Umberto Eco (falecido recentemente em 19/02/2016) através de uma das personagens do livro O Pêndulo de Foucault, publicado em 1988. O Convento de Cristo foi o motivo da visita do escritor a Tomar em 1984, um ano depois de ser considerado património mundial da UNESCO, juntamente com o Castelo dos Templários.

Tomar é de facto mítico, de um peso histórico e cultural imenso. O Convento de Cristo foi fundado em 1160 pelo Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, D. Gualdim Pais, e ainda conserva memórias desses monges cavaleiros e dos herdeiros do seu cargo, a Ordem de Cristo, os quais fizeram deste edifício a sua sede. Sob Infante D. Henrique o Navegador, Mestre da ordem desde 1418, foram construídos claustros entre a Charola e a fortaleza dos Templários, mas as maiores modificações verificam-se no reinado de D. João III (1521-1557). A arquitetura partilha traços românicos, góticos, manuelinos, renascentistas, maneiristas e barrocos.

O núcleo do mosteiro é a Charola do século XII (foto abaixo), o Oratório dos Templários. Tal como em muitos dos seus templos, baseia-se na Rotunda do Santo Sepulcro de Jerusalém, adaptada pelo Infante D. Henrique. Em 1356, Tomar passou a ser a sede da Ordem de Cristo em Portugal, e a decoração da Charola reflete a riqueza da Ordem. As pinturas e frescos (quase só cenas bíblicas do século XVI) e a estatuária dourada sob a cúpula bizantina, foram cuidadosamente restauradas. 

No próximo dia 01 de Março/16, o Convento de Cristo, associando-se às comemorações promovidas pelo Município de Tomar, celebra os 856 anos da fundação do castelo templário e de Tomar.

"Na era de 1198 (1160 da era de Cristo), reinando Afonso, ilustríssimo rei de Portugal, D. Gualdim, mestre dos cavaleiros portugueses do Templo, com os seus freires, começou no primeiro dia de Março a edificar este castelo, chamado de Tomar, que, acabado, o rei ofereceu a Deus e aos cavaleiros do Templo."

Portugal é épico.