Porque a vida merece ser "degustada"


Torre de Moncorvo...céu, verde, Douro e amendoeiras em flor

Torre de Moncorvo é onde o verde encosta ao azul, onde as amendoeiras perfumam o Douro e onde este nos dá paz, muita paz.

Torre de Moncorvo teria nascido de uma remota Vila da Alta Idade Média, que em antigos documentos vem designada Vila Velha de Santa Cruz da Vilariça. No principio do século XIII existia ainda esta Vila, que dava sinais de relativa vitalidade, pois recebeu de D. Sancho II, em 1225, uma carta foral que lhe concedia importantes isenções e regalias fiscais e penais.

Quanto à origem do topónimo de Torre de Moncorvo, segundo as Memórias Paroquiais de 1978, " hé tradição que se mudava da Villa de Santa Cruz pela multidão de formigas, que não só faziam dano considerável em todos os viveres, mas aos mesmos viventes lhe cauzavão notável opressão, e resolvendo-se a evitar estes incomodos forão para o pé do Monte Reboredo aonde havia uns cazaes de que era senhor um homem chamado Mendo, o qual dizem que na sua casa tinha uma torre e domesticando nela um corvo. Crescendo depois a povoação e tendo o foral de Villa lhe chamarão de Villa de Mendo do Corvo, que com fácil corrupção se continuou a chamar a Villa de Moncorvo".

Seja como for, o certo é que só a partir do tempo de D. Dinis, Moncorvo adquire o seu foral em 12 de Abril de 1285 passando então o concelho a ter nova sede e nova designação que seria o Concelho de TORRE DE MONCORVO.

Em 1372 D. Fernando considera Moncorvo como uma vila das melhores de "Tralus Montes" e atendendo à valentia dos seus moradores, demonstrada nas guerras com os castelhanos.

D. Manuel I, a 4 de Maio de 1512, concede a Moncorvo novo foral depois de visto o foral da dita vila dado por el-rei D. Dinis. Entretanto ao mesmo tempo do foral começa a erguer-se o padrão manuelino da Igreja Matriz, já extra-muros, dominadora e acolhedora e o casario acantoa-se à sua volta.

Moncorvo é típicamente conhecida pelas suas amêndoas deliciosas e pelas ainda atuais cobrideiras de amêndoa. O fruto "rei" da vila é transformado há mais de 100 anos pelas "cobrideiras", nome dado às mulheres que se dedicam diariamente à produção artesanal da Amêndoa Coberta de Moncorvo.

Mas Moncorvo, mantendo fidelidade às suas origens medievais, é célebre também pela sua Feira medieval.

Depois, Moncorvo foi também local de nascimento, a 18 de Agosto de 1802, de Constantino José Marques de Sampaio e Melo ou, melhor, de Constantino, o Rei dos Floristas, como é geralmente conhecido. Célebre artista, imitava as flores naturais e obteve a sua consagração em Paris, na Exposição de 1844. Em 1849, regressou a Portugal, demorando-se no País até fins de 1850.Esteve em Lisboa e foram-lhe consagradas festas particulares, devendo citar-se um jantar de honra que lhe foi oferecido, por iniciativa do grande escritor Visconde de Almeida Garrett. Foi recebido no Paço pela Rainha D. Maria II a quem ofereceu algumas das suas primorosas e belas flores. O nome do grande Florista ficou registado em Lisboa na denominação dada a um Jardim Público, O Jardim Constantino, do novo Bairro da Estefânia e em Torre de Moncorvo na denominada Rua Constantino Rei dos Floristas.

Moncorvo é tão somente uma vila de "alma cheia". Uma recôndita, bela e simpática vila portuguesa.