Porque a vida merece ser "degustada"


Viver é uma auto-estrada...

20-06-2017 11:50

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No 3º e último dia de luto pela grande tragédia de Pedrógão, não será o último dia em que pensaremos no que aconteceu e muitas pessoas não esquecerão jamais. Não circularemos pelas estradas sem pensar no que aconteceu. De repente, cada árvore torna-se num inimigo que nos acompanha de perto e a vida passa a ser um risco.

A minha motivação para escrever o que quer que seja é quase inexistente pois o drama persiste em ocupar os meus pensamentos e sinto que não faz qualquer sentido abordar outros assuntos que, nesta altura, se assumem como banais.

O que me parece fazer sentido é partilhar convosco alguns excertos que nos levem à reflexão, à lucidez, a alguma esperança e coragem. Aqui ficam então algumas palavras que escolhi para hoje.

"Viver é uma auto-estrada com estações de serviço capazes de nos virar do avesso. Na maior parte do tempo estamos na estrada, vivemos de rotina em rotina, cansamo-nos, esperamos, festejamos, choramos. Mas de quando em vez temos de parar, esticar as pernas, refrescar a cara, alimentar-nos de outras coisas que não as que nos alimentam. Nas estações de serviço da vida encontramos, como num jogo de enigmas, cartas que nos transportam para outras estações, pretextos que nos levam a entrar noutros carros, noutro tempo, noutra realidade. Na vida, as auto-estradas são o que temos e as estações de serviço a oportunidade de mudar o que temos. Umas vezes para melhor, outras não. Infelizmente, nas estações de serviço as pessoas e as oportunidades que encontramos não trazem livro de instruções, são jogos de cartas não marcadas em que só depois de embarcarmos entendemos o destino da viagem."

"Talvez a dúvida essencial seja a de saber se escolhemos o caminho ou se o caminho já estava pronto para nós o escolhermos. Ideologicamente a segunda hipótese repugna-me: somos nós que o desbravamos, como poderia ser de outra maneira? Mas algo de indefinível me diz o contrário, algo me diz que somos o que conseguimos ser em cada uma das portas a que formos convocados."

Excertos do Livro AMOR de Luís Osório

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