Um livro por dia...nem sabe o bem que lhe fazia

Como sabem, no passado Domingo, 2 de Junho/19, rumei à Feira do Livro de Lisboa, situada desde 1980, no lindíssimo Parque Eduardo VII. Este ano, comemora-se a sua 89ª edição e o centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen (no espaço da Porto Editora). A Feira do Livro de Lisboa é uma coorganização da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros com a Câmara Municipal de Lisboa e todos os anos acolhe cerca de meio milhão de visitantes.

Este ano, existem novas participações, nomeadamente a Livraria Ler Devagar (onde estarei amanhã para a apresentação do meu livro), a Fundação Serralves, o MAAT ou a Livraria Tigre de Papel (onde o meu livro O Prado da Felicidade estará também à venda). Reciclável, biodegradável e renovável, são este ano os lemas da Feira do Livro: os pisos artificiais resultaram da reciclagem de 1800 pneus, os sacos de plástico foram substituidos pelos de papel e de pano e nos espaços da restauração, podemos encontrar materiais de madeira e de bambu.

Durante a Feira, poderão encontrar três tipos de descontos: livros em promoção (mínimo de 30% de desconto), livro do dia (mínimo de 40% de desconto) e a Hora H (de 2ª a 5ª feira, entre as 21h e as 22h, com desconto mínimo de 50% para livros editados há mais de 12 meses). Importa referir que no ano passado, a FLL vendeu mais de 410 mil livros.

A FLL dispõe de caixas multibanco no recinto e no pavilhão da APEL, disponibilizam cadeiras de rodas e andarilhos, cedidos pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Também este ano, dei conta de uma iniciativa curiosa e importante: o RefresCÃO, um espaço para os fiéis amigos comerem e beberem. Acampar com histórias também é possível para crianças entre os 8 e os 10 anos que, na Estufa Fria, terão direito a jantar, ceia e a pequeno-almoço no dia seguinte, sempre acompanhados por belas histórias, contadas por animadores e animadoras. Por outro lado, existe uma espaço na Feira para o donativo de livros e adorei visitar a Exposição 100% Portugal, espaço da Pordata que reúne alguns dados económicos e sociais interessantes sobre o nosso país.

"O futuro é dos jovens e o futuro do livro também". Adorei esta frase. De acordo com um estudo realizado em 2018, 63% das pessoas começaram a ler com menos de 9 anos e 25% começaram a ler entre os 10 e os 12 anos. Tão, mas tão importante a leitura e aqui o papel dos pais e das mães é indiscutível. Há que criar, desde muito cedo, o hábito e o gosto pela leitura e aqui é extremamente importante a leitura em voz alta, quando as crianças ainda não sabem ler. É pelos livros, através das suas lições de vida, que se contribui para o desenvolvimento do caráter das crianças.

Termino, referindo Manuel Valente, diretor editorial da Porto Editora: "A honra do editor é a de continuar a lutar para que o público português, possa ler livros de qualidade, que enriqueçam, que ensinem, livros que abram a consciência para o mundo e para as questões do mundo, sobretudo numa época em que vivemos ameaçados por tantos perigos. E os livros podem ser boas barreiras para os enfrentar."

"A leitura é uma arte, mas nem toda a gente é artista." Madeleine Chapsal (Escritora e Pintora