Porque a vida merece ser "degustada"


Tecendo uma vida...

11-12-2015 15:29

Não há atalhos, seja para criar uma tapeçaria ou uma vida. As riscas estão ligadas umas às outras e cada uma representa uma fase diferente. Somos seres humanos, feitos de centenas de fios interligados. Os fios representam vários acontecimentos e experiências e cada momento dá cor a quem nós somos e a quem nos estamos a tornar.

A tapeçaria começa com a moldura a cinzento, tom sem vida e monótono que representa as forças negativas e os elementos contraditórios que cruzam o nosso caminho e que somos obrigados a resolver. A tapeçaria inicia com azul claro, cor aquosa, suave e sem muito vigor, que representa a infância. Se falharmos algum ponto, todo o padrão se altera, metáfora que se aplica à vida. A força que adquirimos na infância é a esperança e pela vida fora, esta é a força vital, a tábua de solução para o crescimento e desenvolvimento. 

Trabalhamos depois o laranja que é a fase dos primeiros passos, em que ganhamos alguma autonomia, sendo que devemos ser elogiados e apoiados. Depois vêm os fios verdes que é a fase das brincadeiras. Todavia, as forças são sempre ganhas através da adversidade pois crescemos a partir dos conflitos emocionais e do antagonismo. Toda a gente quer passar por baixo do arco-íris mas são as forças negativas que nos obrigam a ir um pouco mais longe e a realizar um esforço adicional. É isso que nos faz determinados e diferentes. E assim se vai formando a personalidade e os nossos valores.

Por último não podemos ignorar as pontas soltas que ficam debaixo do tear e que representam os benefícios adicionais, qualidades inatas com que cada um nasce (mais ou menos alegres, mais ou menos otimistas, mais ou menos intuitivos, etc).

Somos assim, tapeçarias inacabadas, em eterna mutação  pois somos seres em permanente evolução.

Vale a pena pensar nisto. Esta foi mais uma das inspirações que retirei do Livro "Passeio à beira-mar".

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