Porque a vida merece ser "degustada"


Reguem as plantas, não as ervas...

02-09-2016 07:29

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Pois é, todos os dias somos 'intoxicados/as' de más notícias. É como se todos os dias comêssemos alimentos fora de prazo ou congelados. No entanto, cada vez mais tentamos, tanto quanto possível, comer alimentos frescos e sãos. Então, qual a razão que nos leva a ficar diáriamente'atulhados/as' de más notícias, fracassos, acidentes, massacres, epidemias, tragédias? O que nos leva a assistir a estas notícias e a ficarmos incomodados/as, com náuseas ou com indigestão? Não nos admiremos então que, com o passar do tempo, fiquemos apáticos/as, sem alegria e sem imunidade contra os azares. Se não cuidarmos também da dieta da nossa consciência, ficamos 'envenenados/as' de más notícias.

Mas, já vos ouço perguntar: "É preciso estarmos informados/as sobre o que se passa no mundo". A isso, coloco a questão: de que nos serve estarmos informados/as sobre as tragédias em que, na maior parte das vezes, não temos qualquer poder de ação sobre elas? Se na maioria das vezes, nos sentimos impotentes e revoltados/as por não podermos ajudar? Talvez uma forma de estarmos 'saudávelmente' informados/as sobre os problemas ao nosso redor, seja limitarmo-nos a estar atentos/as às notícias das comunidades próximas de nós (círculos de amigos, família, equipa de trabalho, aldeia, bairro). Que se conheça as más notícias das comunidades próximas mas também as boas notícias para que possamos festejá-las. Se estivermos atentos/as, verificamos que as más notícias representam uma bem menor percentagem do que as boas notícias. Mas, se considerarmos as notícias que os media nos dão, temos exatamente o inverso: as más notícias são proporcionalmente bem maiores que as boas notícias. Recordo-me de em criança e na adolescência gostar de assistir aos telejornais porque eram francamente informativos e não transmissores diários de horrores e urgências.

E nós? Esquecemo-nos muitas vezes de olhar o que está bem, o que corre bem ou foi bem resolvido. A tendência é sempre de 'apontar o dedo' ao que falta, ao que 'emperra', ao que faz mal ou ao fracasso. Ao fazermos isso, estamos a desvitalizarmo-nos, a tornarmo-nos mórbidos, 'anémicos', agressivos, 'doentes' e sem alegria.

"Reguemos as plantas, não as ervas daninhas", disse um dia Fletcher Peacock.

Fica a reflexão.

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