Porque a vida merece ser "degustada"
Quando a felicidade é uma missão de vida...
16-04-2018 13:58As pessoas que marcam a diferença são as que se distinguem pelos valores e que fazem da sua missão de vida um contributo para perdurar no tempo. Conheci a Cristina Nogueira da Fonseca em Torres Vedras, numa das suas palestras sobre parentalidade. Foi há sensivelmente 2/3 anos e numa hora marcou-me pela positiva. De uma alegria e boa disposição contagiantes, foi simplificando o que normalmente tendemos a complicar. A felicidade tem sido a sua missão de propósito e fiquei rendida.
Nesse sentido, e porque entretanto criei a rubrica Mindset Experts no Blog, foi um dos nomes que teria de convidar e aqui a temos:
PM - A Cristina considera-se uma Happyologist. Porquê?
CNF - Quis uma nomenclatura que ficasse no ouvido, que levasse as pessoas a erguer a sobrancelha, happyologist? Mas o que é isso? Um happyologist é alguém que se dedica a estudar a felicidade e a promover a felicidade. Essa tem sido a minha missão e o meu propósito nos últimos anos.
PM - Como se decidiu "abraçar" a causa da Felicidade?
CNF - Grande parte da minha vida foi-me acontecendo, o interesse por este tema da Felicidade e todas as suas variantes, foi-me chegando com o meu já vasto trabalho com as famílias e também no decorrer do meu trabalho comigo mesma. Começou a ser-me importante perceber melhor os caminhos objectivos para a felicidade.
PM - Como foi o início dessa missão de vida? Difícil? Desafiante?
CNF - Foi complexa. Tenho a grande aptidão para complicar os meus próprios percursos e “felizmente” também a competência para voltar ao meu rumo. Numa fase inicial, foi-me importante estudar o mais possível, ler o mais possível, testar, questionar, reflectir. Ao longo deste processo devo ter encontrado tantas dúvidas quanto certezas. Foi exigente chegar até aqui mas hoje, quando olho para o meu plano de acção, para o meu método e para o meu trabalho, orgulho-me imenso da seriedade e do rigor com que trabalho este tema.
PM - O que foi retirando e experienciando no decorrer do seu trabalho de terreno junto de famílias e empresas?
CNF - Três certezas fundamentais:
A primeira é que que a felicidade continua a ser o objectivo de todos os seres humanos.
A segunda é que as nossas crenças são o nosso maior obstáculo.
A terceira é que a maioria das pessoas não mergulha em coragem para reflectir as suas infelicidades e não desenvolve planos objectivos para aumentar os seus níveis de bem-estar, muitas não sabem sequer o que as faria felizes ou simplesmente associam a felicidade a sorte ou utopia.
PM - Também se designa curiosamente por HappyTown Mayor. Em que consiste?
CNF - Happytown é uma cidade imaginária que tem lugar dentro de cada um de nós, ela representa o nosso coeficiente de auto-conhecimento, o nosso domínio na definição de objectivos concretizáveis e a nossa aptidão para a resiliência. Happytown é uma emoção, simboliza a convicção que temos da nossa competência, a esperança, o optimismo na nossa capacidade de atingirmos resultados diferentes,de mudarmos de estrada, de rumo, de sairmos de estados emocionais negativos e de nos “fazermos” mais felizes.
A Mayor é quem tem a chave da cidade, a minha chave é a minha informação e formação, é a mensagem que passo nos meus trainings, nas palestras, no meu dia a dia.
PM - Como seria sua cidade perfeita e feliz?
CNF - As cidades felizes não precisam de ser perfeitas. Creio que uma comunidade que permite que qualquer ser humano que nela vive, possa florescer, pertencer e contribuir, é uma cidade feliz. Uma cidade onde há lugar para todos e para as suas características e competências únicas.
PM - Muito obrigada Cristina! A sociedade precisa de mais "irreverentes" felizes!
Um até sempre.
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