
Porque a vida merece ser "degustada"
Ilha dos Amores, Ilha das Flores, Jardim Imperial...assim te batizamos, Ilha da Madeira
09-05-2017 11:36
As flores ganharam ainda maior vida e beleza, os tecidos majestosos com pinceladelas floridas de cores exuberantes esvoaçavam como se se tratassem de jardins do éden bafejados pela brisa, os deslumbrantes chapéus de flores fariam furor junto de uma Rainha Isabel II ou de qualquer outra senhora da realeza. A nossa Ilha dos Amores, Ilha das Flores, Ilha dos Sonhos, Jardim Imperial que acolheu no Domingo passado, o paraíso na terra só podia ser mérito da nossa querida Ilha da Madeira. A Festa da Flor é infinitamente e divinamente bela. Impossível traduzir melhor uma imagem de paraíso do que aquela que nos foi dada através do pequeno écran. Fiquei emocionada perante tanta beleza e criatividade.
A origem da Festa da Flor remonta ao ano de 1954, quando se realizou a Festa da Rosa. Na medida em que se constatava que grande parte dos madeirenses se dedicava ao cultivo das flores, foram convidados a que as expusessem, num evento que atribuiria prémios às melhores flores. Esta exposição/concurso, pelo sucesso alcançado, continuou a repetir-se sob a denominação de Festa da Flor. No final da década dos anos setenta do século passado (1979), a Direção Regional do Turismo traz para a rua a Festa da Flor, através da inclusão e organização de manifestações como a Cerimónia do Muro da Esperança, o Cortejo Alegórico da flor, concursos florais, de montras e jardins floridos, espetáculos musicais e decorações diversas.
O Muro da Esperança realiza-se há mais de três décadas e tem como propósito um apelo à paz no mundo, associando a pureza das crianças à delicadeza das flores. Na manhã de sábado, mais de um milhar de crianças, cada uma empenhando uma flor, desfilam entre a Avenida Arriaga e a Praça do Município com o intuito de depositar uma flor num muro repleto de simbologia, o "Muro da Esperança". A cerimónia culmina com uma largada de pombos, associados ao simbolismo da paz.
Tal como poetizou o nosso Camões:
"(...)Pera julgar, difícil cousa fora,
No céu vendo e na terra as mesmas cores,
Se dava às flores cor a bela Aurora,
Ou se lha dão a ela as belas flores.
Pintando estava ali Zéfiro e Flora
As violas da cor dos amadores,
O lírio roxo, a fresca rosa bela,
Qual reluze nas faces da donzela(...)"
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