Porque a vida merece ser "degustada"
É a dificuldade que é o caminho...
25-08-2016 10:34Disse Jean-Yves Leloup que "não é o caminho que é difícil, é a dificuldade que é o caminho" pois, a não ser que manifestemos disposições de coração, o profundo bem-estar é difícil de ser atingido, na medida em que temos de despertar de um longo entorpecimento e de nos fazer erguer.
Cada dificuldade desempenha uma função e indica a transformação seguinte. Qunado nos sentimos infelizes, o nosso reflexo é, muitas vezes, de nos fecharmos em nós próprios e de repisarmos nas nossas feridas. No entanto, o ideal seria partilhar, conversar, mostrar-nos vulneráveis e ouvirmos que o percurso dos outros também está recheado de obstáculos e que somos uma comunidade de seres-vivos em processo de transformação.Mas, para que haja abertura e diálogo, as nossas relações de amizade deverão estar centradas no coração-consciência-interioridade-palavra verdadeira e não na ação-realização-desempenho-comentários. Dessa forma, seria fácil manter a saúde do nosso coração e da nossa consciência.
Então o que fazer? Disse Christiane Singer "morre e transforma-te".
Ser feliz é aprender a fazer lutos diversos, referentes a pequenas mortes de partes de nós próprios, as quais temos de abandonar pelo caminho, por não fazerem já parte da nossa essência. Luto da infância, ou da juventude, luto da forma física, da beleza, da vitalidade, luto dos projetos e sonhos não realizados, luto dos amigos que já não nos acompanham, luto dos lutos que deveríamos ter feito mais cedo. Se não aprendermos a fazer o luto, não alcançamos o bem-estar interior.
É necessário chorar o que há a chorar e por boas razões, ou seja, aceitar as transformações necessárias, para que voltemos a estar disponíveis para a alegria. Não devemos chorar para nos consolarmos pois essas lágrimas mantém-nos prisioneiros no sofrimento que não aceitamos atravessar.
Sofrimento por sofrimento, porque não aceitarmos aquele que nos liberta e nos transforma?
Fica a reflexão.
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