Porque a vida merece ser "degustada"
Coração no Centro de Portugal...
01-08-2017 16:09Entre aldeias de xisto e praias fluviais, há muito por descobrir na zona centro de Portugal, zona abençoada pela Natureza e trágicamente fustigada pelos incêndios. O rasto recente de destruição faz-se ainda sentir e far-se-á sentir para sempre nos corações de muitas pessoas. De um lado, existem eucaliptos queimados e, do outro, carvalhos intactos que sustiveram as chamas. De salientar que à volta do Casal de São Simão, vai deixar de haver eucaliptos, por decisão dos moradores.
Após a grande tragédia de Pedrógão Grande, a qual tirou a vida a 64 pessoas, muitos operadores turísticos viram-se perante muitos cancelamentos, pelo que é hora de ajudar a economia local. Conheçamos a beleza natural das serras da Lousã e do Açor, a tranquilidade das Aldeias do Xisto e a frescura do rio Zêzere.
As Aldeias do Xisto, são a maior rede de aldeias em Portugal, num total de 27 aldeias. A sopa de peixe, o cabrito assado, a chanfana e a tigelada são alguns dos pratos mais típicos. O Licor Beirão é um dos produtos famosos da região, contendo sementes e algumas plantas aromáticas da Serra da Lousã.
Em Chãs d'Égua e Barroca, os centros interpretativos contêm gravuras neolíticas e as aldeias do Xisto encontram-se divididas em 4 grupos:
A) Serra do Açor: a 5ª serra mais alta de Portugal, que tem 5 Aldeias do Xisto;
B) Serra da Lousã: terra de mel, que contém 12 Aldeias do Xisto;
C) Zêzere: o rio que passa por 6 Aldeias do Xisto, nasce a 1900 metros de altitude e desce a Serra da Estrela, passando por Belmonte, pela Covilhã e desaguando no rio Tejo;
D) Tejo-Ocreza: contém 4 Aldeias do Xisto.
De referir ainda as Fragas de São Simão, onde entre rochas e árvores se passeia e até se toma banho. Os percursos pedestres ou de bicicleta ficaram, na sua grande maioria, intactos, após os incêndios. Aliás, em Ferraria de São João existe a 1ª estação de serviço de BTT (existem outras 10 descentralizadas pelas Aldeias), com estacionamento, balneários, lavagem e mapa com percursos. Existe uma cultura de bike associada a este território, com sinalética para ciclistas, subidas épicas desafiantes, trilhos para downhill e hotéis bike friendly.
Em Cerdeira, existe uma Arts & Craft School da autoria de uma alemã - Kerstin Thomas -, um forno comunitário, a Casa das Artes e, pelo verão, decorre o evento Elementos à Solta, o qual transforma a aldeia numa galeria a céu aberto.
À volta do castelo de Arouce, construido em xisto e datado do séc. XI, existem piscinas naturais e um Santuário.
Em Aigra Nova, existe a Lousitânea - Liga dos Amigos da Serra da Lousã, uma "maternidade de árvores", onde é possível apadrinhar uma árvore por 10€, receber um postal pelo Natal com uma fotografia da afilhada e acompanhar mais tarde o seu processo de plantação na natureza. As opções recaem nas espécies naturais da região: azevinho, tramazeira, bétulas, teixo, azereiro e carvalhos.
Destacam-se também os Penedos de Góis e o Parque Florestal da Oitava, habitat de aves, veados e corças.
No concelho de Pampilhosa da Serra fica a barragem de Santa Luzia, um miradouro e o Casal da Lapa, uma praia fluvial com areia, palhotas e uma estrutura flutuante para banhos no rio.
A zona centro tem uma beleza autêntica, uma natureza quase selvagem, que permite retiros bucólicos e a tranquilidade absoluta.
A zona centro é...um mundo maravilhoso. Se pudermos, deixemos o coração no centro de Portugal.
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