Porque a vida merece ser "degustada"


A paleta de cores da Costa Nova...

26-08-2017 13:37

Quem diria que os antigos palheiros da praia da Costa Nova, na Ria de Aveiro, se transformariam nestas lindas e castiças casas de riscas coloridas? Se antes, em inícios do séc. XIX, estas casas eram utilizadas como antigos armazéns de alfaias da pesca, e pintadas em tons de vermelho ocre e preto, na segunda metade do mesmo século, passariam  a ter divisões interiores, a ter riscas coloridas e a ser decoradas com conchas de ostras.

 

Até inícios do século XIX a Costa Nova era um extenso areal desabitado mas, após a fixação da Barra do Porto de Aveiro, os pescadores das campanhas piscatórias de Ílhavo mudaram-se para a Costa Nova e começaram a construir “palheiros” para guardarem as redes e outros materiais associados à pesca.

 

Foram, em meados do séc. XIX, as famílias dos sócios dos pescadores, escrivães e “arrais” de outras companhias que, seguindo a “moda burguesa de ir a banhos”, foram atraídos para a zona nos meses de verão e outono, utilizando essas casas como  habitação na estação balnear.

 

Como curiosidade, apontamos o Palheiro José Estêvão (foto em baixo), construido em 1808, que constitui um belo exemplar dos originais palheiros da Costa Nova, e que se mantém na tonalidade original – o vermelho ocre, encontrando-se ainda hoje na posse dos seus descendentes. Foi neste Palheiro que se reunia alguns dos grandes nomes da cena artística nacional e políticos da época como Eça de Queirós, Guerra Junqueiro e Oliveira Martins.

 

Estes Palheiros constituem uma memória viva de outros tempos e continuam a dar à Ria a distinção que ela merece.

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