Porque a vida merece ser "degustada"


A humanidade que vê morrer o mar...

21-06-2019 08:54

O estado em que se encontram os oceanos, são o reflexo exato de uma humanidade não civilizada e desprovida de consciência. A continuarmos assim, o mar translúcido será, no futuro, uma miragem e será isso que deixaremos aos(às) nossos(as) descendentes. Uma herança doente. Os plásticos são uma das faces mais visíveis da poluição. Estão a acumular-se nos oceanos e entraram na cadeia alimentar. Entre 1950 e 2015, 6.300 milhões de toneladas de plástico foram deitadas fora no mundo, o equivalente a 1.300 anos de produção de lixo em Portugal. Apenas uma pequena porção foi reciclada (9%) ou incinerada (12%), estando o resto espalhado em aterros, lixeiras, campos e oceanos, de onde dificilmente desaparecerá por completo. A produção global de plástico passou de dois milhões de toneladas, em 1950, para 380 milhões em 2015, e a fatia que mais cresceu foi a dos plásticos das embalagens.

Saibamos que durante o processo de produção dos plasticos, são adicionados aditivos, produtos químicos que conferem dureza ou resistência ao fogo, que os aterros produzem gases tóxicos e que podem causar infiltrações de toxinas nas águas subterrâneas e nos solos adjacentes (ainda são depositados cerca de 7 milhões de toneladas de plástico por ano em aterros na UE).

Saibamos ainda que GIROS OCEÂNICOS, são sistemas de correntes oceânicas rotativas criadas pelos ventos e marés, existindo cinco grandes giros no planeta Terra: os do Pacífico Norte e Sul, os do Atlântico Norte e Sul e o Giro do Oceano Índico. Os giros oceânicos acabam por funcionar como locais de acumulação de lixo marinho e, atualmente, todos os 5 grandes giros têm muito lixo acumulado, sobretudo plástico. Nomeadamente é bem conhecido o “grande depósito de lixo do Pacífico” ou “ilha”de lixo): estima-se que o depósito de resíduos plásticos à deriva no oceano Pacífico, entre a Califórnia e o Havai, contém pelo menos 79 mil toneladas de resíduos espalhados por 1 milhão e 600 mil quilómetros quadrados.

Assustador, feio, preocupante...

O que fazer?! A prevenção terá estar no topo das preocupações de Governos, das empresas e dos cidadãos e cidadãs. Traduz-se nos esforços de redução da produção de lixo, através de medidas políticas, tecnológicas e na alteração dos comportamentos. Ao nível dos comportamentos individuais, prevenir passa por escolher produtos com poucas embalagens, recusar produtos supérfluos ou desnecessários e reutilizar o mais possível. Utilizar sempre o mesmo saco para ir às compras ou a mesma garrafa de um material rígido para beber água são formas de evitar fazer lixo. Por outro lado, a reciclagem depende em grande medida da colaboração dos cidadãos e cidadãs, na separação dos materiais a montante. Em relação às embalagens, a UE tem objetivo global de 65% de reciclagem até 2025 e de 70% até 2030. Para as embalagens de plástico, as metas são de 50%, até 2025, e 55%, até 2030.

Que mar queremos? Que futuro queremos deixar às gerações seguintes? Um planeta azul ou cinza? O planeta foi-nos emprestado para vivermos nele, para o nosso consciente usufruto, não é propriedade nossa, temos de o deixar para as gerações seguintes. Para além de nós, da nossa etapa de vida aqui, estarâo outras pessoas, estarão os nossos filhos, as nossas filhas.

Vamos ser conscientes. Chegámos a uma situação catastrófica e o tempo "corre".

 

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