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Porque a vida merece ser "degustada"
A anestesia da indiferença...
29-11-2018 14:51E se, de repente, vos perguntasse o que vos faria mais felizes no local de trabalho? Que resposta me dariam?
Pois bem, saiu muito recentemente o resultado de um estudo feito pelo Linkedln (conhecida rede social de trabalho) acerca disto mesmo e os resultados apontaram não para o aumento salarial, não para uma promoção, não para o aumento dos dias de férias, não para refeições gratuitas. Foram 2.400 as pessoas inquiridas e o ponto comum identificado como o promotor do aumento de smiles nos espaços de trabalho foi...a possibilidade de APRENDER! Sim, APRENDER, é considerado o fator-chave para o aumento da felicidade no trabalho. Refere o estudo que, quer seja através da frequência de cursos online, da leitura, da participação em webinars ou em novos projetos desafiantes da empresa, são bem-vindas todas as situações que colocam as pessoas fora da sua zona de conforto e que criam a necessidade de aprender novas habilidades. CONCORDO em absoluto.
Acerca disto, avanço dizendo que estamos ainda muito longe de conseguir despertar nas pessoas esta consciência e de que é urgente parar com a anestesia da indiferença perante o SABER. Como Formadora, são imensas as provas dadas de que as pessoas apenas "crescem" pessoal e profissionalmente, se deixarem de ser indiferentes ao SABER.
De acordo ainda com o estudo, as pessoas que ocupam parte do tempo do seu horário de trabalho a aprender apresentam:
– Menos 47% de probabilidades de se sentirem stressadas;
– 39% mais probabilidades de se sentirem produtivas e bem-sucedidas;
– 23% mais preparadas para terem responsabilidades adicionais;
– 21% mais probabilidades de se sentirem confiantes e contentes.
MAS, não são apenas as pessoas que "crescem", também as empresas se desenvolvem e "crescem". E, isto não significa aprender uma vez por ano numa formação, mas sim estar constantemente a aprender. E aqui, são ainda imensas as empresas que nem sequer cumprem com a formação anual OBRIGATÓRIA por lei. Ou então, que executam a formação sem qualquer eficácia: repetem-se temas, não se inova, não se definem objetivos, não se enquadra a formação como um instrumento estratégico de ação, aumentando a descrença na formação junto dos seus trabalhadores e trabalhadoras.
Como se resolve então este dilema gravíssimo? Insistindo, agitando consciências, realizando ações de formação de uma forma consciente, ética e responsável, fazendo acreditar que de facto é preciso que as pessoas tomem a iniciativa de "investirem" nelas próprias e que as empresas terão de reformatar a questão da formação. A mudança é cada vez mais veloz, mas vejo as pessoas e as empresas a viverem ainda lá atrás, com a mentalidade do séc. XX, vivendo, pensando e agindo de um modo totalmente obsoleto. O mundo há muito que não é já o mesmo e precisa de competências novas, de novas pessoas.
Vale a pena refletir sobre isto...com sentido de urgência. CUIDADO com a anestesia da indiferença.
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