Porque a vida merece ser "degustada"


Felizes sem bata...

27-03-2019 22:24

Resultado de imagem para centro saude baixa

Hoje, assisti curiosa, a uma interessante reportagem designada por "Felizes sem bata", uma história de um grupo de jovens médicos/as recém-licenciados/as que simplesmente têm vindo a mostrar que os bons e as boas profissionais não precisam de aparatos para mostrarem a sua excelência. Tão pouco, têm de ser frios e manterem-se à distância. Basta ser assertivo. Basta ter a atitude ética diária certa, basta gostar do que se faz, basta gostar-se de pessoas, basta ter-se respeito por elas, basta sorrir-lhes e, sempre que necessário, prescrever-lhes uma receita social. Basta ser íntegro, ser humilde, ser honesto e cativar pelos afetos. Basta ter uma ligação afetiva com as pessoas e mostrar que dão o seu melhor todos os dias e que se importam realmente com os/as utentes. E...não vestem bata. Inédito em Portugal. 

Trata-se de um grupo de médicos/as, enfermeiros/as e administrativos/as da USF do Martim Moniz, na Baixa lisboeta, inaugurada em Novembro de 2016. com um acentuado nível de multiculturalidade (recebe utentes de mais de 80 nacionalidades) e que revolucionou, sob o ponto de vista positivo, o sistema implantado. Note-se, por exemplo, que  ali os/as Delegados/as de propaganda médica, não estão autorizados a entrar e, ao ouvir a equipa médica e ao ver as imagens, senti orgulho por verificar que é com estas novas gerações que se fará a mudança. O coordenador da USFMartino Gliozzi, é um italiano que veio fazer Erasmus em Portugal e que por cá ficou. Foi o grande mentor desta nova forma de se prestar cuidados médicos. Sem bata, mas com muito afeto e ética profissional, sem se deixarem corromper pelo sistema.

Esta USF é já uma referência para o Sistema Nacional de Saúde, na medida em que, para além do que foi dito atrás, vai muito mais além do que é esperado. Esta USF contribui para a inclusão social, recolhendo nas suas consultas diárias muitos alertas de solidão e que por isso quis ir mais longe. Passou também a fazer visitas domiciliárias e a passar prescrições sociais. Fantástico. Assim, organizam caminhadas, estabelecem parcerias com outras entidades que desenvolvem atividades de tempos livres e criam-se imensas relações de amizade.

Bem-vindos/as à USF da Baixa, à "Ilha da Tolerância", tal como lhe chama Martino Gliozzi.

Aos médicos e médicas sem fronteiras, dou-lhes os meus PARABÉNS. São um orgulho!

 

 

 

 

 

—————

Voltar